quarta-feira, 9 de maio de 2012

Liga Europa: A final.

Desde a virada do milênio, a Liga Europa tem sido dominada por clubes espanhóis. Nesta quarta-feira, a hegemonia de quatro títulos - Valencia em 2004, Sevilla em 2007 e 2008, e Atlético de Madri em 2010, será aumentada. Em busca do bicampeonato, o Atlético terá pela frente o clube que foi fundamental para sua fundação: o Athletic Bilbao, que chegou à final da competição em 1997. Os dois times se enfrentam às 15h45, no Estádio Nacional de Bucareste, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real.


Histórica relação
O clube madrilenho foi fundado em 1903 por estudantes bascos que viviam na capital e tinham o desejo de fundar uma filial do Athletic na capital espanhola. Nascia o Athletic Club de Madri. No início, o time de Madri não podia enfrentar o Athletic e tinha a obrigação de ceder seus melhores jogadores à equipe do País Basco. Com o passar dos anos, os Colchoneros foram conquistando sua independência aos poucos, até que em 1921 houve a primeira final entre "pai e filho". O Bilbao goleou por 4 a 1 e sagrou-se campeão da Copa do Rei.
Apesar dos mais de 100 anos de história e de tratarem-se de dois dos mais tradicionais clubes da Espanha, Atlético e Athletic enfrentaram-se poucas vezes em decisões - todas válidas pela Copa do Rei. O Bilbao leva vantagem: depois de 1921, venceu em 1956 por 2 a 1 de virada e perdeu por 2 a 1 em 1985.
Artilheiros com 'salas de troféus' diferentes
Os dois nomes mais importantes da decisão desta quarta têm em comum apenas o número da camisa que vestem, o 9. Artilheiro da Liga Europa com dez gols ao lado do holandês Huntelaar, o colombiano Falcao García já possui um vasto currículo de troféus apesar de estar no futebol europeu há apenas três temporadas. Caso o Atlético vença, este será o oitavo título do atacante. Em um Campeonato Espanhol sem Messi e Cristiano Ronaldo, que possuem marcas espetaculares, o jogador seria o artilheiro com 23 gols. 
Do outro lado está Fernando Llorente. Nenhum título conquistado com o Athletic. Mas, o espanhol tem em sua galeria algo que o rival dificilmente conseguirá: uma Copa do Mundo. Em 2010, o basco estava no elenco da seleção espanhola na África do Sul. Além disso, o Athletic também está na final da Copa do Rei, e Llorente tem duas oportunidades para finalmente começar a decorar sua estante.
Um louco detalhista contra um louco motivador
Comandando as duas equipes estão dois argentinos. Marcelo Bielsa, do Athletic, tem obsessão pelo lado tático do futebol e é capaz de ver centenas de vídeos para analisar um adversário. Como jogador, Bielsa teve uma carreira curta e nada gloriosa. Como treinador, fez história no Newell's Old Boys, onde virou nome de estádio, tornou-se vilão como técnico da seleção argentina após o fracasso na Copa de 2002, mas foi elevado a santo à frente da seleção chilena.
A história de Marcelo com o futebol europeu é curta. Em 1998, poucos meses depois de assumir o Espanyol, trocou o clube pela seleção argentina. Quase 15 anos depois, surgiu a oportunidade no Athletic e, logo na primeira temporada, a equipe poderá conquistar dois títulos.
Diego Simeone teve uma carreira marcada pelo excesso de violência nas disputas de bola como jogador, mas virou ídolo no Atlético de Madri, fazendo parte da geração que, em 1996, conquistou o Campeonato Espanhol e a Copa do Rei. Em sua curta carreira como treinador, o argentino nunca escondeu o sonho de comandar o clube espanhol e passaram-se cinco anos para que o desejo fosse realizado.
Falcao García e Diego em treino do Atlético de Madri (Foto: Getty Images)
Em dezembro de 2011, Simeone foi anunciado e encontrou um clube em crise. Atualmente, além da final da Liga Europa, o time briga pela última vaga espanhola na próxima edição na Liga dos Campeões - está a dois pontos do Málaga, que hoje estaria classificado. Os jogadores costumam destacar a maneira com que Simeone consegue levantar o moral da equipe.
Poucos desfalques
Simeone decidiu levar para a Romênia todo o plantel do Atlético de Madri, incluindo jogadores lesionados e que não poderão jogar por suspensão ou por não estarem inscritos. Ao todo, 23 atletas estão com a delegação. A única dúvida é o lateral colombiano Perea, que recupera-se de lesão muscular.
Marcelo Bielsa em treino do Athletic Bilbao (Foto: Getty Images)
No Athletic, Bielsa convocou 18 jogadores e não exigiu que o grupo se concentrasse para a decisão. A principal ausência é a do capitão Carlos Gurpegui, que nem viajou. O treinador tem como costume não mudar a cara do time, realizando poucas substituições durante os jogos.
O palco
O Estádio Nacional de Bucareste foi reconstruído em 2011 em uma obra que custou € 234 milhões (R$ 590 milhõees) e foi concluída em três anos. Em jogos de futebol, tem capacidade para 55.600 pessoas, mas o público pode ser aumentado para outros eventos. O estádio, que é a casa da seleção romena e de finais de torneios nacionais, já recebeu shows de Lady Gaga e Red Hot Chili Peppers.
Estádio Nacional de Bucareste final da Liga Europa (Foto: Getty Images)
O primeiro jogo disputado na nova arena foi recheado de polêmicas. Inicialmente, deveria ter sido realizado no dia 10 de agosto de 2011 contra a Argentina, mas os sul-americanos cancelaram porque haviam acabado de demitir o técnico. A partida finalmente foi feita no dia 6 de setembro contra a França, em duelo válido pelas Eliminatórias para a Eurocopa. Com menos de dez minutos de bola rolando, o gramado já estava destruído.
 Fonte: Globoesporte.com




Nenhum comentário:

Postar um comentário