quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Homem diz que vê personagem folclórico brasileiro assustando o Itaquerão.



As melhorias, especialmente as viárias, alavancadas pela construção do Fielzão, fazem o especialista em desenvolvimento urbano, Sérgio Guimarães Pereira Júnior, acreditar que as oportunidades de reurbanização podem criar um efeito benéfico para o local. “A conjugação de esforços em Itaquera deve gerar novas oportunidades para residências e para o comércio”, estima o diretor da Vallor Urbano, empresa dedicada à urbanização.

É bem outro o ângulo de avaliação de Doardo Capela, o “seu” Dondinho. Aos 89 anos, o descendente de escravos que viu Itaquera crescer em ocupação está agora vivendo no outro extremo da cidade, na casa da bisneta, mas o coração continua no bairro onde chegou à idade adulta torcendo pelo Corinthians, diz ele, e perde a conta quando tenta calcular “quantas vezes viu Boitatá” na área onde agora está sendo construído o estádio corinthiano.

“Assisti na televisão que passa tubo com óleo da Petrobrás naquele terreno. Nem precisava. Eu vi quando colocaram lá. Mas tem também Boitatá, que eu vi, e muito, e precisa tirar”.

Por que precisa tirar, seu Dondinho? “Porque Boitatá corre atrás de quem corre. Vai correr atrás de jogador, ele vai fugir e esquecer a bola”.

Não acredito em Boitatá, mas que eles existem, existem
Para “seu” Dondinho é Boitatá, em tupi-guarani cobra de fogo, uma protetora de bosques e rios contra depredação pelo homem, conforme a lenda. Para a ciência é fogo-fátuo, luz que repentinamente aparece em descampados, brejos, pastos e bosques. A luz, de cor azulada, é resultado da combustão espontânea do gás metano ao entrar em contato com a atmosfera, exalado por vegetais ou corpos em decomposição.

Logo, a espécie de “assombração” que tantas vezes intrigou “seu” Dondinho em épocas passadas, ensina a ciência, é tão somente o fenômeno provocado pelo metano desprendido dos restos de animais – caveira de burro, por exemplo, acumulados por anos a fio na área do Itaquerão, quando ali era tão somente um grande pasto.

Há um ponto de concordância entre a ciência e “seu” Dondinho: Boitatá ou fogo-fátuo corre atrás de quem corre dele. O fenômeno acontece porque o deslocamento do ar de um corpo em movimento atrai a movimentação do fogo-fátuo para a mesma direção.

Seu Dondinho foi tranquilizado: com tanto movimento de terra, necessário às obras do Itaquerão, não há caveira de burro que resista enterrada.

Obras que ampliarão a infraestrutura da região do Itaquerão
Isento de impostos pela prefeitura - ato criticado por muitos; incômodos dutos que ninguém quer saber de remover; e até “ameaça” de Boitatá. Nem por tudo isso o Itaquerão perde a importância para a região, de acordo com Sérgio Guimarães.

“Não que o Estádio, em si, seja um atrativo de investimentos, mas a reurbanização e os equipamentos públicos previstos farão enorme diferença. Além dos investimentos para a construção do Fielzão, entre os novos equipamentos previstos para implantar até 2013 estão as construções de uma Escola Técnica (Etec), de uma Faculdade de Tecnologia (Fatec), e a entrega do Parque Linear do Rio Verde”, lembra o empresário.

Segundo Guimarães, as intervenções urbanas mais significativas dizem respeito às vias de acesso à Avenida Jacu Pessego e à Nova Radial, que exigirão investimentos públicos da ordem de R$ 480 milhões. Estas obras - há muito solicitadas pelas Associações de Moradores nos bairros locais, representam melhorias importantes para o sistema viário da região, praticamente sem vias transversais de acesso às grandes avenidas.

“Outra iniciativa que deve favorecer o crescimento econômico de Itaquera é o projeto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, chamado Operação Urbana Consorciada Rio Verde – Jacu, que tem o objetivo de criar pólos voltados à atração de atividades econômicas para a geração regional de empregos e de renda, diminuindo os deslocamentos dos moradores da Zona Leste para outros lugares, em busca de trabalho. Esta é uma oportunidade excelente para a região se reinventar e criar um novo pólo de desenvolvimento”, encoraja o diretor da Vallor Urbano, Sérgio Guimarães Pereira Júnior.



Fonte: MSN IMÓVEIS

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